“Começamos com aquela típica frase do para sempre. E o engraçado é que não nos enganamos, pelo menos penso assim. E se um dia acharmos que nos enganamos, pouco importara. A gente vive no para sempre todos os dias, todos os dias mesmo.Mas não precisamos repetir esta frase. E não é exagero meu. A gente corre contra o tempo para ficarmos juntos, e quando vamos ver o tempo sempre consegue ser mais rápido. Daí pensamos e tornamos tudo eterno nos abraços de todos os dias. Talvez até começamos bem, não cansamos nem um milésimo. Batalhamos e conservamos nosso intuito de ver filhos e netos e contarmos nossas histórias para eles, se a vida permitir. Na rua, devem ter muita inveja da gente, devem sair falando por aí todas as vezes em que passamos na rua de mão dadas com aquele coração em cima de nossas cabeças. Nossa paixão é de romance. Que frase mais incompleta, acho eu. Até por que começamos bem, falamos do para sempre no começo, e ele continua nos acompanhando até hoje. Mesmo sem repetir esta frase de duas palavras todos os dias de nossas vidas. Um dia ela poderá até nos dar uma folga, sair do nosso dia a dia e das nossas horas. Poderá sair um pouco da atenção das minhas palavras, mas sempre estará ali escondido no canto que ainda não sabemos onde é. Possa ser que saibamos, mas preferimos não saber direto para não acabar esse encanto todo que o cerca. Como começamos bem, tão bem que a saudade é a mesma, o amor o mesmo e ainda maior. Talvez tenhamos também um pouco de medo do futuro, quem sabe. Mas não falamos um para o outro. Afinal o que importa mesmo é você acabar o dia e descansar nos meus braços, e vise e versa. Assim mesmo, com mistura de para sempre e um pouco de meio medo que a gente faz o nosso infinito.”

—	romancista de quinta